quarta-feira, 7 de julho de 2010

Comédia MTV ou O Verde no Paredão

Não sei vocês por esse Brasil, mas por aqui os noticiários de tv viraram uma espécie de página policial televisiva. Praticamente 70% de cada é ocupado pelas apreensões que a polícia fez de drogas (até dois ridículos quilos de maconha chega a ser notícia na falta de coisa maior), de inúmeros assaltos e todo o horror do gênero. O restante, pelo menos uns 15%, é dedicado ao futebol e o que sobra vai para a política regional. Os noticiários nacionais não ficam atrás, apenas que no lugar da última vem política nacional e internacional. Tem o tempo-clima, claro. Mas a coisa basicamente gira em torno de polícia e futebol. Agora conseguiram a proeza de juntar os dois. E em plena Copa. O futebol do Brasil não sai das manchetes.
Tudo bem, foi um crime e como crime deve ser tratado. Mas o que não vejo ninguém falar é nessa lamentável mania de moças pobres ou nem tanto fazerem fila em estádios para transarem com jogadores de futebol. Vejo vociferantes defensoras da Maria da Penha, mas e o direito dos caras não estarem a fim de encarar um filho que nasceu de uma transa banal, porque as gurias se atiraram já sabendo que eles não estariam nem aí? Porque só se a mulher é mesmo muito estúpida para não se dar conta do tipo metido a machão, agressivo ou não, que tem pela frente. Gostam disso? procuram isso? e não conseguem medir as consequências? Por favor...
Não gosto do modelo de feminismo que tem no Brasil, é um feminismo às avessas. Concordo com a Camille Paglia, essa super proteção só nos enfraquece. Vem aí Serra prometendo o sagrado leitinho das mulheres grávidas do meu Brasil varonil. Ai, ai, ai... Uma idéia linda lá do Allende (decerto soprada pela Monica), para ser aplicada em países em que as mulheres não se jogam atrás de qualquer babaca achando que ter um filho com o imbecil é tudo de bom que a vida pode lhe oferecer.
90% das mulheres que vêm ao meu consultório se queixam das mesmas coisas: o desinteresse do depois. O não telefonema no dia seguinte e por aí. Mulher, na sua maioria, pelo menos ainda nesse contexto cultural em que ora vivemos, quer emoção. E sempre acha que vai acabar "mudando" a cabeça do homem. Que dia desses cai um raio e o cara "Aleluia!" descobre a sexta maravilha que é a própria.
Transam sabendo que vão ser usadas.
E essa coisa melosa é incentivada e tratada como absolutamente natural pela maioria das mulheres mais velhas. Não maduras, e muito menos sábias, como eram, a seu modo, as nossas avós. Mulheres cabeça de novela. Pelas ruas, nos corredores de super mercados, nos papos, sinto como se a maioria estivesse sedada, tal o excesso de aceitação de tudo, tal tanto sorriso flácido e vazio. Algumas parecem nem se dar conta de para onde estão indo. As mais inteligentes e preparadas ainda me parecem cúmplices de algo meio sujo, como saírem correndo felizes para ter uma tripla jornada de trabalheira (pelo menos não as vejo reclamando de comerciais sacanas), acharem que mulheres mais maduras são obrigadas a aguentar caras celulíticos, gordos, chatos, em vez de gostosos bofes, e aqui, em Porto Alegre, uma leva de analfabetas musicais que "acham" que cantam e não são capazes de pelo menos tentar aprender algum instrumento musical (as mulheres podem tocar, sim, elas têm neurônios, juro!).

Enquanto isso, os comunistas, que nunca negaram fogo quando se trata da preservação ambiental, igualzinho aos outros, e que deixaram um rastro de devastação e nem preciso lembrar Chernobyl, mas posso recordar todas essas iguais da corrida armamentista e nuclear, na forma do lamentável Aldo Rebelo, fizeram o "dever de casa". Adorei a sabatina dos caras (adoro André Trigueiro!) do Jornal das 10 de ontem (sei, sei que é Globo, mas é Globo pros que já tem a cabeça feita, gente que no máximo deixa de ser "assinante" se eles vacilarem com a informação): "então... quer dizer que Karl Marx aprovaria essa relação do velho PC com a bancada ruralista?"...

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