segunda-feira, 10 de março de 2014

Angela, 'tava te devendo essa
Nem sei se eu deveria mesmo estar escrevendo isso, pois não pretendo endossar o cordão dos puxasaco globais, e muito antes pelo contrário dos que são contra tudo e todos.
Mas ando de saco tão cheio com a papa que foi feita das cabeças nesse Brasil, especialmente quanto às questões relativas às mulheres, que não posso perder a oportunidade, já que o analfabetismo crônico patropiense pelo menos em algum grau assimila alguma coisa quando se trata de bbb.
Voltemos, ou voltemo-nos (se não for exigir demais dos vossos neurônios), às mulheres. Precisamente à Angela.
Pois desde que vocês-sabem-quem entrou na bagaça, acabei entendendo esse jogo como um poker humano, e me amarrei, de certa forma. Menos no imediatamente subsequente, pois já havia tomado um fartão. Como diria a minha mãe.
Mas, por ter me metido a escrever o homônimo deste blog em livro, e de ter sido obrigada a fazer alguma (não muita, que haja...) pesquisa sobre o programa, vi que nunca havia entrado, naquela casa, alguém que tão bem representa o que eu acho que as mulheres desse Brasil, ainda varonil, deveriam ser.
Talvez por não estarem acostumadas a verem ali, e muito menos nas suas casas, mulheres não putas, as pessoas não estão sabendo como classificar tal senhorita.
E aí, surgem aquelas pérolas: arrogante, tem olhos do mal, e não sei quantas bobagens.
A Angela simplesmente tem classe, opinião, não se vende, não vai com qualquer um, não aceita ser manipulada, não fica de bunda de fora pra lá e pra cá, não fala com aquela vozinha de putinha da Letícia - que dava nos nervos, aliás, que nem a Renatinha - porque putinhas falam assim a meia voz, como se não quisessem dizer o que estão dizendo, porque querem ser sempre menininhas?... - e declarou em alto e bom som pro Marcelo: traição pra mim é igual, seja de homem ou de mulher, não aceito.
Falou merda? Sim! Quando esboçou um pensamento alto: "acho que sempre fui mulher de malandro". Sim, meu bem. Mulheres no controle podem até se dar ao luxo de entrar numas escaramuças (das buenas) com caras que têm pegada, sem medo de serem felizes. Porque elas sabem que aquilo vai durar enquanto e como elas quiserem.
Mas é guria ainda e não sabe o que pode e não pode dizer. Porém... sinceridade? Prefiro assim. Aliás, faço parte dessa tribo. Que prefere arriscar a dizer o que pensa do que se arrepender de morrer calada.
O que eu mais adorei foi um dia em que ela estava com aqueles vestidinhos curtos (tá, eu disse que é guria ainda, faz umas concessões que nem se dá conta, mas um dia vai se ligar), e de conversa com Marcelo sentada no sofá, pegou uma almofada e a colocou em cima de suas pernas pra cobrir qualquer inconveniência. Um negócio simples, que tenho certeza passou totalmente despercebido para a maioria, mas que deu pra ver que ali tinha uma lady.
E é disso que esse Brasil Maria-da-Penha, que trata as mulheres como retardadas mentais, e a maioria se trata, e isso é que é pior, não está acostumado.
Aqui, de cima abaixo e de baixo pra cima, o que vale é a demagogia. As mulheres choram e parece que descobriram que isto é a coisa mais maravilhosa que poderiam fazer, e que até ficam lindas chorando, como bebezinhos abandonados em latões. Penso naquele menino todo ralado de bombas, de sarim, de horrores na Síria, que antes de morrer disse que ia contar tudo pro Papai do Céu, quando o encontrasse.
A rejeição que a Angela está sofrendo, se é que o Brasil tá cego mesmo, ou pelo menos o Brasil que assiste ao bbb, mostra exatamente como o país não está preparado para uma verdadeira ascensão das mulheres.
Que ainda não se cansaram de serem qualificadas como "meninas" ou "senhoras". Ou seja, enquanto 'tá no ponto para a procriação, enquanto serve pro abate, beleza, depois parece que vira "a mãe", aquela para a qual a vida passou (mesmo que tenha quarenta anos, ou até trinta) e que deve, qual Carolina na janela, apenas assistir a vida dos filhos. Claro que isto se passa com os pais, os homens, também.
O Brasil é tão atrasado e sem oportunidades que mal a pessoa chega no auge da vida (que pode ser aos 40), e já deve ceder lugar a quem está chegando.
Que país desenvolvido tem tal pífia compreensão da existência?
A Angela assusta porque se garante. Até cheguei a pensar que seria melhor pra ela não ganhar e seguir a sua vida como a excelente advogada que vai ser. A Angela é mulher no controle. Não como as já citadas, muito menos como a Fran, essa sim, mulher de malandro. Sem cérebro, sem noção, vivendo na sombra, aceitando pedrada numa puta falta de auto estima.
E obviamente o malandro, no caso, é o preferido das reaças, das velhotas moralistas de plantão, dos maduros chatérrimos, como um que escreveu num site que "só falta agora as mães posarem pra revista". Lembrei do ingles Mulheres do Calendário, ia ser bacana.
O Brasil tem medo do novo, da mudança. Fica requentando a velha moral, seja ao vivo, seja no bbb, e em casa bem quietinhos, brasileiros com medo de sair pras festas, pras manifestações, pra vida. Não percebendo que o pior que pode nos acontecer é passar pela vida sem tê-la vivido, morrendo de tédio, tomando anti-depressivo, culpados, inoperantes, obsoletamente inúteis.
A Angela, guardadas as devidas proporções, é o Dourado de saias, podem crer. Porque se fosse minha filha, seria exatamente assim. Talvez um pouqinho mais exibida, mais bailarina, e trilhões de vezes mais polêmica, tá... Mas sem arredar pé, fosse pelo dinheiro, fama, qualquer coisa, de seu rumo. Os tempos são outros, o bbb é outro.
Mas parece que o Brasil continua o mesmo.
Ou não.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Depressão pós-paredão

Dando aquela espiadinha básica, me deparo com duas pessoas emboladas, e tão emboladas que só depois eu percebo que são três, num estado de desespero tão avassalador, que paro o que estou fazendo à espera do anúncio da grande calamidade que só eles conhecem e que nos será revelada a seguir.
Apurando a atenção, começo a ver, o ritmo do que está sendo dito é tão lento que dá mesmo pra ver, os pensamentos, as intenções, o enrola-enrola, o tudo e o nada.
Eu quis gritar: VOCÊS ESTÃO NO BBB!!! Pelo amor de Deus! Sonharam a vida inteira... é o sonho de quase toda a população, com seis exceções e todas do meu Estado, podem comer, dançar, comer, falar m*, comer, se jogar na piscina com ou sem roupa, fazer ou não o ensaio sensual quando saírem, f* todas as pessoas da casa (ainda mais hoje em dia), comer, ganhar 1mi e meio!... SEUS IDIOTAS VOCÊS ESTÃO NO BBB!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
E as pessoas aqui em Porto Alegre, desde o começo do verão, vivendo sob 40 graaaauuuussss! Torradeira térmica diária, que só podia piorar. Torradeira térmica diária suarenta escaldante tórrida cooom certeeeeza que só piora com o sadismo das moças que nos falam do tempo, terrorismo ameaçador e constante pois a temperatura só pensa em aumentar. Risco de câncer, queda de granizo, narinas secas, lavouras perdidas, falta de luz, água e sifragol, e só, claro, podia piorar. Sem contar a desidratação e a insolação. Não saia de casa sem protetor solar fator 60, e o cara que quebra pedra na rua e que ganha salário, ou a moça gari, naquele macacão laranja, que reverbera o sol entrando pela roupa, fazem o quê? Comem o protetor?
Começa a greve dos rodoviários e as pessoas com sensação térmica de 50 graus!!!! se empilham em lotações, kombis, bicicletas dos filhos, trenós, discos voadores, vassouras, o que pintar, o que passar, nem que seja uma vaga na janela para ir até a Restinga. Com 50 graus!, o patrão não vai pagar, e, se, é bem depois, e ainda tem que caminhar milhares de quarteirões, isso se não pintar um assalto no meio do caminho...
E as belezinhas COM DEPRESSÃO!!!! num daqueles divãs que cabem duzentas pessoas, no ar condicionado, na frente da piscina, em vez de pagar 16 reais ao dia para ir trabalhar, é 1 mi e meio na saída!!! E os caras sofrendo e chorando porque alguém perdeu o bofe, o brinco, comeu o pudim que ele deixou pra depois, a bermuda não serve mais (de tanto comer no bbb), aquele olhou de cara feia, o Bial falou aquilo, a amiga de duas semanas a traiu, afinal estamos aqui pela amizade, não sei se fulano irá me amar pela vida inteira depois dessa ficada meia boca, pra dizer a verdade, já que ninguém manda ver mesmo em público, não venha me dizer.
Meu deus esse mundo é cruel, tudo só acontece comigo, porque sofro tanto, de noite tem cineminha do líder, amanhã festa de arromba, se bobear com uma banda de gatos ingleses (ora, sonhar, pode), sem contar aquela que chora muito pois quer que todos digam aonde ela errou, que quer melhorar como pessoa, no bbb, depois de ter passado a vida sem se preocupar com porra nenhuma.
Alô, produção: em vez de pôr o pessoal naqueles carros que dão piruetas, ou em provas bobinhas de líder, manda já o pessoal pra nossa Leal e Valerosa. Uma semana naquelas kombis que levam três horas pra passar, e quando vêm, já vêm lotadas, e que quando embarca, tu já não sabe se o suor é teu ou do parceiro da direita, agora quase íntimo, que te aperta, ou o do cara da esquerda, ou da gorda colada nas costas.
Bando de falso, como diria outra santa, que só entrou no bbb pelas amizades que se leva pra vida inteira (até o programa da Angélica, no máximo), e para encontrar o grande amor.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Quem gosta de miséria é intelectual

O Brasil hoje perdeu fisicamente uma de suas pessoas mais importantes. O Céu está em festa. João representa o que de melhor há no país, o seu artista, que aliás, hoje parece que foi de leva, com Sergio Britto e aquela cantora africana. Jamais me esquecerei daquele Carnaval dos Mendigos, a resposta sempre atenta e lúcida ao estado de loucura e delírio em que vivemos todos todos os dias no patropi, fingindo que a miséria é invisível, só nos dando conta do garoto abandonado quando ele está no crack. E antes? quando ele está por aí, quando nasce no meio do lixo, com a mãe menina mais perdida ainda? Porque o artista na sua fantasia, na alegoria, nos dá conta do estranho que chamam de realidade. Porque Joãozinho era um craque. O Brasil fica menos colorido. Adorei ver o Pamplona, saudade também, sempre belo lembrando do amigo e gênio. Sinto muitíssimo não ter conhecido o João pessoalmente, não ter feito alguma coisa com ele, mas juro que sinto-o meu amigo, era da minha turma, da família arte. Que ele de onde estiver me abençoe. Salve João!!!

domingo, 24 de outubro de 2010

A minha versão dos fatos

Clouzot era aquele tipo de funcionário público que, além de distraído, era meio azarado. Certa vez, conseguira enganchar o cinto na toalha de mesa, arrastando-a, depois de acabar com a louça do café da manhã, até o trabalho. Num domingo, numa barraquinha de tiro ao alvo numa feira, atirou no próprio atendente, que ficou de olho roxo por uma semana. A sorte é que a bala era de rolha. Nos últimos dias até que andava calmo; além de ter alagado o escritório com a água do filtro, esquecera-se de fechar a torneirinha, rasgara a saia da secretária executiva que tivera a péssima idéia de passar por sua mesa, embora quanto a isto ele não tenha tido culpa, já que o rasgão deveu-se a um prego, sabe-se lá como, provocara um curto circuito no sistema do ar condicionado, deixando todos entregues a um calor de 40 graus na zona norte do Rio, sem telefone nem internet.
Esperando que os técnicos dessem um jeito naquela confusão absurda, inventou de dar uma limpada na gaveta da escrivaninha. Saiu pegando papéis e documentos que não faziam mais sentido, amassando-os e jogando-os no lixo que ficava a uma certa distância. Com um pouco mais de força, um deles acabou voando pela janela. E a ele, minutos depois, seguiu-se um rolo já usado de fita crepe.

No dia seguinte, seu sobrinho curitibano, que todos achavam a cara do tio, apostando com os amigos sobre quem conseguia lançar bexiguinhas mais longe, acabou sem querer acertando uma aglomeração.

O resto é história.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Movimento em defesa do Morro de Santa Teresa continua a mil: assine o manifesto (entre Google Defesa Morro Sta Teresa) ou vá ao brique domingo, que tem gente lá com as listas.
Pela flora e pela fauna! E para que as casas não acabem desabando. O Morro tem que virar PARQUE PARA TODOS (e principalmente para os animais, para os papagaios), no mínimo, não pode ser usufruto de meia dúzia. Este está sendo um dos maiores movimentos comunitários.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Plim Plim!

Nesse país tão sério, em que a musiquinha da urna eletrônica é exa-ta-men-te igual ao barulhinho que a Feiticeira faz mexendo seu narizinho, muito embora os políticos brasileiros dêem de dez com suas mágicas de fazer desaparecer o dinheiro público, depois de ler a suposta crônica que o Veríssimo teria feito sobre o bbb - ô gente burra! mais uma hipocrisia desse povo: só quem nunca leu o cara para achar que ele escreveria tão mal assim. Termina com nuvenzinhas e florzinhas e passarinhos voando... - mas pegando a carona e me divertindo no tema, digo que... do jeito que brasileiro não tá nem aí pra voto político e completamente louco pelos votos no bbb, a escolha dos presidentes - pelo amor de deus, pensem nisso! - deveria ser com os caras candidatos a presidente pelo menos uma semana numa casa dessas mais vigiadas do Brasil - que tal?
Poderíamos pensar em casas regionais para governadores, municipais - praticamente um aquário - para prefeitos e assim vai.
Acho que aí o voto seria levado a sério.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

VIVA CATALUNHAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!
Esta es la furia que me gusta!!! Olé!!!
Salve os Touros!!!!!!!!!!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Oração de São Francisco de Assis

Senhor,
Fazei de mim um instrumento de vossa paz!
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvida, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria
Onde houver trevas, que eu leve a luz!


Ó Mestre,
fazei que eu procure mais.
Consolar, que ser consolado.
Compreender, que ser compreendido.
Amar, que ser amado.
Pois é dando, que se recebe.
Perdoando, que se é perdoado e
é morrendo, que se vive para a vida eterna!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Canadá pode achar um absurdo, mas eu acho um absurdo e uma caretice do Canadá em não permitir a publicação dessa imagem da grande Pamela e da PETA (por acharem a idéia "machista"). Eu sempre achei uma afronta aquele quadro que se vê nos açougues, depois, nunca mais entrei num. A idéia é ótima, como aliás, muitas das que vem de quem não tem o cérebro entupido por gordura e morte. Machismo é um conceito tão ultrapassado, em se tratando pelo menos da sociedade ocidental, que vamos combinar, né?... Só a mulherada sendo muito lesada mesmo... nem vem.

Que Rose, que oráculo, que Astrologia, o que... é Paul! Com a sabedoria dos animais. Toma! Mas falando sério... cogitou-se as mais variadas besteiras sobre o que fazer com o venerável bicho após a Copa. Cheguei até a ouvir o absurdo dito às gargalhadas num programa da tarde: "ele não vai pra panela"! Gracinha... Quando o único lugar para onde ele deveria ir - depois de ter dado tanto lucro - seria... o seu próprio habitat! Não apenas certo sob o ponto de vista do Paul quanto um belo exemplo de respeito ao meio ambiente e aos seus seres para as novas gerações. Isto ou o que se vê, e pode continuar vendo: o total desrespeito à vida, a qualquer forma de vida.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Comédia MTV ou O Verde no Paredão

Não sei vocês por esse Brasil, mas por aqui os noticiários de tv viraram uma espécie de página policial televisiva. Praticamente 70% de cada é ocupado pelas apreensões que a polícia fez de drogas (até dois ridículos quilos de maconha chega a ser notícia na falta de coisa maior), de inúmeros assaltos e todo o horror do gênero. O restante, pelo menos uns 15%, é dedicado ao futebol e o que sobra vai para a política regional. Os noticiários nacionais não ficam atrás, apenas que no lugar da última vem política nacional e internacional. Tem o tempo-clima, claro. Mas a coisa basicamente gira em torno de polícia e futebol. Agora conseguiram a proeza de juntar os dois. E em plena Copa. O futebol do Brasil não sai das manchetes.
Tudo bem, foi um crime e como crime deve ser tratado. Mas o que não vejo ninguém falar é nessa lamentável mania de moças pobres ou nem tanto fazerem fila em estádios para transarem com jogadores de futebol. Vejo vociferantes defensoras da Maria da Penha, mas e o direito dos caras não estarem a fim de encarar um filho que nasceu de uma transa banal, porque as gurias se atiraram já sabendo que eles não estariam nem aí? Porque só se a mulher é mesmo muito estúpida para não se dar conta do tipo metido a machão, agressivo ou não, que tem pela frente. Gostam disso? procuram isso? e não conseguem medir as consequências? Por favor...
Não gosto do modelo de feminismo que tem no Brasil, é um feminismo às avessas. Concordo com a Camille Paglia, essa super proteção só nos enfraquece. Vem aí Serra prometendo o sagrado leitinho das mulheres grávidas do meu Brasil varonil. Ai, ai, ai... Uma idéia linda lá do Allende (decerto soprada pela Monica), para ser aplicada em países em que as mulheres não se jogam atrás de qualquer babaca achando que ter um filho com o imbecil é tudo de bom que a vida pode lhe oferecer.
90% das mulheres que vêm ao meu consultório se queixam das mesmas coisas: o desinteresse do depois. O não telefonema no dia seguinte e por aí. Mulher, na sua maioria, pelo menos ainda nesse contexto cultural em que ora vivemos, quer emoção. E sempre acha que vai acabar "mudando" a cabeça do homem. Que dia desses cai um raio e o cara "Aleluia!" descobre a sexta maravilha que é a própria.
Transam sabendo que vão ser usadas.
E essa coisa melosa é incentivada e tratada como absolutamente natural pela maioria das mulheres mais velhas. Não maduras, e muito menos sábias, como eram, a seu modo, as nossas avós. Mulheres cabeça de novela. Pelas ruas, nos corredores de super mercados, nos papos, sinto como se a maioria estivesse sedada, tal o excesso de aceitação de tudo, tal tanto sorriso flácido e vazio. Algumas parecem nem se dar conta de para onde estão indo. As mais inteligentes e preparadas ainda me parecem cúmplices de algo meio sujo, como saírem correndo felizes para ter uma tripla jornada de trabalheira (pelo menos não as vejo reclamando de comerciais sacanas), acharem que mulheres mais maduras são obrigadas a aguentar caras celulíticos, gordos, chatos, em vez de gostosos bofes, e aqui, em Porto Alegre, uma leva de analfabetas musicais que "acham" que cantam e não são capazes de pelo menos tentar aprender algum instrumento musical (as mulheres podem tocar, sim, elas têm neurônios, juro!).

Enquanto isso, os comunistas, que nunca negaram fogo quando se trata da preservação ambiental, igualzinho aos outros, e que deixaram um rastro de devastação e nem preciso lembrar Chernobyl, mas posso recordar todas essas iguais da corrida armamentista e nuclear, na forma do lamentável Aldo Rebelo, fizeram o "dever de casa". Adorei a sabatina dos caras (adoro André Trigueiro!) do Jornal das 10 de ontem (sei, sei que é Globo, mas é Globo pros que já tem a cabeça feita, gente que no máximo deixa de ser "assinante" se eles vacilarem com a informação): "então... quer dizer que Karl Marx aprovaria essa relação do velho PC com a bancada ruralista?"...

domingo, 27 de junho de 2010

Porque eu torço pela Argentina
(da série Pra Não Dizer Que Não Falei da Copa)

porque foi eleita a capital mundial do livro
porque seus habitantes lêem em média 4 livros por ano (brasileiro lê um)
porque quando a gente vê um cara com um livro, seja numa praia de Santa ou do Rio, ou num hotel em algum lugar do planeta, é batata... é argentino!
porque já namorei alguns argentinos
porque o Maradona deixa eles fazerem sexo
porque Maradona é o cara dessa Copa
e se não fosse por ele, eles, eu não tava nem aí(aliás, nem tô mesmo)
porque a nossa seleção é mais européia do que brazuca (os caras nem se conhecem direito)
porque eu adorei o Clube da Lua e lá os caras metem atores com cara de gente, não importa idade nem nada
porque lá eles lutaram contra a ditadura, leia-se destruição da democracia, Constituição, etc, com praticamente toda a população
porque não é porque torcem pelo seu time na Copa que deixam de ler
porque se o cara ler, inevitavelmente fará seu país melhor
por causa dessa livraria aí abaixo
e porque desejo que o Brasil em algum momento siga o seu belo exemplo no tocante aos hábitos literários e à cultura em geral.
E pra não perder meus queridos leitores, agora deveria terminar com algo como: mas a Copa será nossa.
Mas prá quê, né? meus leitores são leitores.

terça-feira, 22 de junho de 2010

As festas e a cozinha dos anos dourados no Cine Ipanema blog/ link abaixo.

terça-feira, 8 de junho de 2010

É muita maldade desse povo, falar mal dos caras só porque...



quarta-feira, 2 de junho de 2010

Falei em São Paulo, quando voltei de lá e não falei no Rio. Ainda, mas vamos lá. O Rio é aquela correria, pra mim tem sido nessas últimas vezes. Sair de um avião, entrar num carro e seguir até o fim do dia com mil projetos e coisas para fazer, mal dando tempo para almoçar e tomar banho.
Mas fizemos o dever de casa majestosamente. Com direito a tarde de autógrafos de Ana Maria Braga, mil pessoas que nos abraçavam, muito papo interessante, outros nem tanto, pára pra tirar foto, olha os flashes dos paparazzis, e vai.
Tarde da noite, feliz com meu notebook, como criança mesmo quando ganha brinquedo, desabei. Banho, uma bela comida, alguns telefonemas de Marcelo e de seu assistente, e cama, na frente de Law & Order.

O dia seguinte seria meu. Café da manhã, felizmente havia açúcar mascavo, pois o meu café é preto mesmo. Algumas ligações e saio direto para o que interessa: um espaço de Dança maneiro, que havia ficado de olho há horas, por intermédio de uma matéria numa revista que ganhei num vôo. Um espaço no qual ficariam acontecendo várias aulas de dança durante o dia, coisas criativas e propostas interessantes. Em Copa. De fato, belíssimo espaço, no meio da natureza, de vidro dando as costas para uma pedra-morro com vegetação à vista. Artes marciais e dança. Quem sabe um dia, eu e Marcelo em dois workshps: um de Dança e outro de alguma luta que ele queira.

Dali, um táxi direto para a Igreja de São Jorge. Antes, uma explicação: claro que não comecei o dia me atirando no mar de Ipanema, ali na esquina, porque o dia estava nublado e meio friozinho. Ideal pra gente "matar" o banho de mar e dar uma banda pelo centro da cidade sem culpa.

Eu havia prometido pra Ogun-São Jorge que iria lá em seu aniversário, 23 de abril, agradecer pela imensa graça recebida. Claro que há outros santos envolvidos, uma renca de muitas mitologias.
Dia 23 eu afinal não estava no Rio, como pensara. Daí, sábado passado fiz uma visita muito especial ao meu São Jorge daqui, que conto dia desses no Cine Ipanema (blog), acho.

Já tinha visto no Google que o Rio tem duas grandes Igrejas de São Jorge. Perguntei pro Marcelo qual era aquela que aparece o Jorge Ben indo todo ano? e, claro, ele falou a... outra. Me informei melhor depois com os cariocas, felizmente.
A Igreja de São Jorge, que fica no centro do Rio, é de 1700 e qualquer coisa, se não me engano. Seus santos são raros e numa grande quantidade. Não exatamente raros, mas é incrível, tem a maioria dos santos que podem ser sincretizados com os orixás. Alguns até, hoje em dia, não muito famosos.
E muitos santos barrocos, me pareceu.

O Santo é imponente! E, em tempos de Segredo, me impressionou uma daquelas grutas com santos que ficam nas laterais das igrejas: ali estavam todos os que participaram da crucificação, inclusive Maria Madalena, que tem uma lágrima escorrendo em seu rosto. E todos em tamanho natural.

A Igreja é uma obra prima. E o povo que ali circula igualmente raro. Tudo no Rio tem um certo movimento, eu diria um movimento a mais do que se gostaria. Três garotos, de roupa cinzenta, que me pareceram os zeladores do lugar, ficam meio que caminhando, cuidando, ajeitando.

Na saída, ou entrada, conforme, na extensão do corredor, uma pequena galeria com santos, velas, posters, chaveirinho, tudo se relacionando com o Santo, tudo avermelhado. Como uma das gurias estivesse sorrindo daquela maneira - "você é a mãe do Dourado!" - enquanto cutucava a outra, perguntei: vocês sabem porque é que estou aqui?
E logo a primeira falou: é!... você É!!! a mãe do..."
- Pois é, vim aqui pagar a minha visita prometida a São Jorge-Ogun.
Fiz questão de informar, pois senti que elas, que estavam ali, deveriam ter uma certa intimidade com o santo, como suas secretárias, parentes ou algo assim. E pro povo saber que a gente estava ali com eles.
- Queria ter vindo dia 23, mas vim assim que pude.

Dali, mergulhei no centrão mesmo à cata de umas peças de informática e de uma loja de importados.

Tentei pegar um ônibus ou lotação e desisti. Inglório demais para quem ficaria tão pouco. Tentei salvar o dia, quer dizer a praia, e me meti num táxi. Na descida, o motora incentivou: aproveita e pega uma praia, vai ver que o mar é meio morno.
Quem sou eu pra resistir? troquei de roupa no hotel, coloquei short e camiseta e tirei a maquiagem. Toalhinha embaixo do braço, a boa havaiana e 5,00 pra um côco. Pelo menos, tomo um côco, vendo o fim da tarde em Ipanema.
E a lua surgiu... quase quase cheia, faltando um tantinho assim. Pedi o côco e depois caminhei até o mar para experimentar a água. Uns uruguaios, ou argentinos, ou sei lá, tirando fotos enquanto se decidiam entrar ou não.
Senti o mar com o pé, vi as ondas, e fui. Tava ótimo, temperatura agradável. E entrei de novo, e foi anoitecendo. Saí, dei mais uma banda e me joguei de novo. Quem sou eu pra perder a chance de um banho de mar em pleno fim de maio?
Voltei pro hotel, tentei sair, mas a chuva apertou e decidi que o melhor era ficar e jantar no hotel. Viajaria no dia seguinte.
O que foi uma grande bobagem, pois acordei muito mal, me lembrando daquele conto Top Model que tá no blog Num Motel. Os frutos do mar me fizeram mal.
Seja como for, tomei o chá da manhã nada menos que nas esquinas das ruas Farme de Amoedo com Vinícius de Moraes, precisamente nesta. Como escritora, senti que ali havia algo, que estava mesmo era sentada no colo do Vinícius (colo no sentido metafísico, óbvio).
Me entupi de remédios e mais uma vez entrei num avião.

Adoro falar com motoristas de táxi, eu e a Angélica. Com eles aprendo, fico sabendo, troco impressões, são o meu termômetro do mundo, eu diria. Quase quase a relação que tenho com os escritores. Todos conectam.

Quando saí dos autógrafos da Ana Maria, já estava solita e peguei um táxi. É sempre conversa vai conversa vem e aparece o Marcelo no papo. Gosto de saber como é que as pessoas vêem esse fato. Ou elas vão descobrindo.

Adoro o cheiro de certas árvores e de certos locais do Rio, que tá muito castigado, diga-se de passagem, em termos de meio ambiente. Dá pena. Mas os cheiros e os lugares bonitos continuam a me chamar, e não posso me fazer de louca: abro a janela do carro e respiro. E conto que adoro, que árvore será aquela, que também tem na Bahia e tem um cheiro que lembra quiabo de mistura com algo um tanto apimentado e doce ao mesmo tempo.
Fomos passando por uma dessas casas que vão sendo construídas em cima de outras casas, que vão se apoiando em outras e assim por diante até... o desabamento.
- E aí o Gabeira se elege (ele tinha lançado a sua candidatura para governador um dia antes, eu tinha visto), inventa de proibir essas construções alucinadas, e o povo fica contra, não entende - falei. - Parece que se tirar a vantagem do cara, se fizer ele pensar no social, não interessa mais... Mas será mesmo? Será que é o povo brasileiro que pensa assim, ou é meia dúzia de corruptos e mal intencionados com uma certa popularidade, credibilidade, sei eu, que "fazem" de alguma maneira o povo pensar que "ele" é assim.
O motora riu e concordou.
Como já tinha visto que o cara era gente fina, cabeça pensante, etc e tal, ainda me exibi: - Pois agora era a hora do Marcelo ficar ao lado do Gabeira, pois o povo se identificou com o Marcelo por isso, por ele ser um cara decente. E aí era hora do Marcelo chegar pro povo e fazer esse discurso: ó, vocês vão ter que guentar ao lado do cara aqui, ele vai se puxar, mas é bom que vocês o apoiem. Tá na hora da sem vergonhice no Brasil acabar. E é todo mundo junto.

Delírios, delírios...

Para equilibrar, o motora português que me levou à Igreja de São Jorge, atravessou a cidade louvando o golpe militar e falando mal do Brizola. Só faltou ressuscitar o Lacerda. Mas mudei a tempo de assunto perguntando sobre a santa terrinha, que tinha muita vontade de conhecer, e como fazer para obter a cidadania. O velhote mostrou-se extremamente cordial, embora sempre tenso. Engraçado como são as pessoas.

No dia anterior ainda, numa das gravações que fizemos numa Globo, enquanto esperava, fiquei numa sala que dava para um grande lago. Imenso, belíssima paisagem à volta, com alguns pássaros em torno. Aos poucos, aguçando a vista, vi pontos brancos em sua superfície. Logo, o câmera com quem estava conversando, explicou: isopor. O lago era limpo, era incrível. Agora é pura poluição.

Tem uma parte aqui da lagoa, em que mora um homem - falou a guria jornalista que vinha chegando - que caminha literalmente sobre as águas, como um São Pedro. Caminha sobre o lixão.

É...

No aeroporto, comprei Força Estranha do Nelson Motta. Folheando, meus olhos lêem "pessoas nuas correndo pela Farme de Amoedo". Histórias do Rio.

Ainda num táxi, passei pela Estudantina, a gafieira, pra quem não sabe. Grande objeto de desejo. E voltei com uma vontade de ter ido às gafieiras, festas e agitos da Lapa.

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Como sempre, os vídeos aqui ao lado, mesmo errando, acertam... (menos quando os neguinhos invadem - é vírus)

Vou andar postando pelos outros blogs em função do Dia dos Namorados: novo no Barrados, vem aí Cine Ipanema, A Mágica (vem aí uma coisa sobre Depressão), etc, mas é no Barrados no Éden que ficará a concentração namoral! Vem aí Como Desencontrar Sua Alma Gêmea - em breve!

sexta-feira, 14 de maio de 2010


A Mancha Negra do mal está se desfazendo!...

domingo, 9 de maio de 2010




Dia das Mães

Para os povos antigos, havia basicamente duas estações: Inverno e Verão. O Verão, dedicado à Deusa, ou ao feminino. O Inverno, ao Deus, o masculino. E assim vieram as outras datas, todas centralizadas em princípio na relação Terra e Sol: Solstícios, Equinócios e datas intermediárias. Mas todas... reverenciando a nossa humana relação com a Natureza. Mãe Natureza.

Daí o respeito. À Terra, em primeiro lugar, e ao feminino, em segundo.

Quando o poder patriarcal instalou-se, a primeira coisa que acabou foram as festividades que marcavam esta relação. Acabado, acabado não, até porque quem tá no poder não é besta. Mal intencionado sim, besta não.
Então, as festas estas foram "cristianizadas": Solstício de Inverno virou Natal, a grande festa da Deusa Easter (da fertilidade, com coelho e ôvo como símbolo) virou Páscoa e, depois, pelo menos no que toca ao Hemisfério Sul, viraram um samba do criolo doido. Por exemplo: Papai Noel sua a roupa vermelha com algodão que imita pele, porque lá esse Deus do Fogo entrava para anunciar o Inverno.

E vamu que vamu...

Bueno, Dia das Mães era a grande festa da Deusa Mãe, ou Deusa Terra, ou Deméter, ou tanto faz o nome, pois que cada povo tinha o seu.
Inclusive essa Deusa poderia até ter a cor negra ou ser oriental, veja você...

E como eu estava dizendo, o poder que não é burro, não só esculhambou nossa relação com a terra, dessacralizando-a, e com isso permitindo que se a usasse e abusasse, como também vislumbrou aí uma excelente oportunidade de... lucro! lógico.

Sei, sei, o ser humano não precisa andar para trás, não precisa ter valores... se tiver um bom cartão de crédito tá mais do que bom. Não precisa ter decência, coerência, respeito... Mulheres servem para vender geladeira, carro, comida, fralda, desentupidor de patente, pasta de dente, absorvente... Sem contar o concurso de miss(ué, a gente não tinha combinado que não precisava mais olhar pelo retrovisor?...)

E claro, presentes no Dia das Mães...

Até aquela culpinha básica por não estar mais tão presente, que todo o filho sente, é resolvida num passe de mágica!
Levar flores para a minha mãe!... bonito, sim, sem dúvida.
Mas tem cheiro de missa de sei lá que dia. Flores para um espectro, para o espectro de mãe, que poderia estar vivendo naquela cachorra que deu à luz ali na esquina e tem que se virar para trazer o lixo mais próximo enquanto desespera para que seus filhotes não atravessem a avenida...
Para honrar e homenagear a Mãe, a Mãe Terra, a Mãe Natureza, a Mãe Rio, a Mãe mesmo... não pude deixar de escrever.

sábado, 8 de maio de 2010

Em tempos de "ficha limpa": havia na década de 60 um movimento no sentido da organização da sociedade: tanto rural quanto urbana. A ditadura veio e desmembrou esse (projeto de) corpo social.
Hoje, temos o crime organizado, e a sociedade... vitimizada e refém.

E a sociedade só se organiza se seus integrantes - os cidadãos - se conhecerem e trabalharem por uma causa comum: a própria sociedade.

Lembrando ainda que...
Quem rege a conduta humana não é mais a Igreja ou códigos morais. As constituições dos países baseiam-se nos costumes, e estes nas leis de mercado.

Mãozinha pra cima e... vai descendo, vai descendo...
(acompanhe ao lado com o Gabriel - a Dança do Desempregado - que adoro!)
E porque não vão lutar contra os corruptos? os madeireiros? e contra tanta vilania que acontece nesse país?



Não pretendo sujar esse espaço sagrado, no qual apresento a minha arte, dando explicações para pessoas absolutamente mal intencionadas e adoradoras da pior mídia. Porém, vou abrir uma pequena exceção:

Acredito que a maioria que aqui chega para descarregar sua mesquinharia não seja religiosa em nenhum sentido, jamais tenha ouvido falar em RAIO DE ILUMINAÇÃO, que o próprio Cristo clama tantas vezes (os imbecis entenderam raio no sentido LITERAL!!! Jesuis, acende a luizzzz... rá! tem que rir prá não chorar...).
Também não entendo que interesse possam ter na nossa relação particular: mãe e filho. Relação sagrada que não dou o direito de ninguém vir meter sua suja colher. Na vida de vocês não há alguns "puxões de orelha" de vez em quando? As que são mães claro que entendem tudo. Filhos conseguem nos tirar do sério, principalmente em certas datas, que para nós são caras (caras aqui não é no sentido que vocês estão pensando, maldosos de plantão)(tampouco nenhuma alusão à revista que adoram).
Já que gostam tanto de crucificar e judiar de quem nunca ouviram falar, que tal lerem o que escrevo, de vez em quando?... em vez dos seus programinhas imbecis?...
Não, não lhes darei razão para criarem barreiras entre nós. Sim, porque os amigos verdadeiros não fazem esse tipo de insinuação e muito menos de cobrança...

As amigas verdadeiras me ligam aflitas para saberem como podem ajudar nesse momento tão difícil pelo qual estou passando. E não ficam atirando pedras em quem já se encontra tão fragilizada.
Espero sinceramente poder sobreviver a esse dia das mães e a todos os dias. Espero poder seguir viagem e ir para a terra prometida, wonderland, o lugar em que os artistas são respeitados e conseguem viver.
Mas confesso que estou com medo. Estou sozinha e vivendo um momento de imensa injustiça.

Se ainda pudesse contar com o meu bom humor, mandaria esses pobres de espírito - na melhor tradição marcelesca: catar coquinhos!

Ou melhor... quem sabe vcs se juntam a essa gente decente que acha (e com razão) que reality show só é bom como jogo, e que segue se preocupando e lutando para melhorar o que realmente interessa?... corrupção, devastação e tantos... É porque deve ser mais fácil jogar pedras numa mulher indefesa, pois não?... Nesse país, a covardia abunda...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Já repeti isto várias vezes por aqui, mas lá vai: essa obra chamada BLOG nos possibilita o tal do Hyper-link, que significa que podemos ler o texto e, se no texto houver menção a alguma música, podemos ouví-la, inclusive com cantoras famosas, big bands, etc. O mesmo com filmes, traillers, textos na própria internet e mil outras combinações. Poderia, por ex, numa história passada num motel, fazer com que a protagonista sonhasse, ou delirasse, com um desfile de um designer famoso, e o mesmo aparecer no vídeo ao lado. Alguém cita Darcy Ribeiro e vc pode conhecê-lo, assim como maio de 68, Mafalda, e tanta, tanta coisa...
A música do grande Cole Porter, por ex. por ser um dos maiores românticos que já existiu, ilustra Amor Certeiro, a nossa e-novel.

Daí que, para você aproveitar toda essa riqueza de informações e estar dentro de uma super obra - que está linkada com mil coisas -, procure sempre, à direita do texto que está lendo, o vídeo ou link que o acompanha. Pode estar um pouco abaixo, dê uma conferida nos textos e junte os dois. Vale a pena!

E isto é uma obra deveras moderna. Adoro todas as formas de expressão: criar um Ballet inteiro com cenários, figurinos, personagens, tudo, escrever uma história para crianças ou adultos, fazer um curta, escrever o roteiro de uma sitcom, e estes blogs.

Deixo já um ENORME FEEEELIIZZZZ DIA DAS MÃÃÃÃÃÃEEEEEEEEESSSSSS a TODAS vocês, mães ou não, mas certamente queridas, pessoas decentes, que estiveram dentro desse barco nesses tempos de conturbação marítima. Obrigada pela companhia!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

As postagens da semana estão nos blogs A Mágica de Oz e Quanto Mais Verde Melhor - links ao lado, à direita.
quem tiver interesse, acompanhe as histórias Bercimella (para crianças de todas as idades)(tbém blog) e Amor Certeiro (e-novel)!(tbém blog)

Convidem as pessoas para voltarem a esse Blog. Muitas estiveram aqui durante o bbb e sumiram. Acho que eu também tive culpa no cartório por ter abandonado meus leitores. Então, se cada um sair a convidar pelo menos mais outro e essa corrente se estender... pode ser uma coisa legal!

Convidados: quem quiser escrever uma história sobre mãe que se intercale de alguma maneira com o bbb (pode ser ficção, no problem). Tipo: como cada uma reagiu como mãe nesse bbb, historinhas engraçadas, ou como viu sua mãe reagir (para o bem ou para o mal...

domingo, 2 de maio de 2010

Agora que ando dando uma banda pela rede para ver o que é que afinal rolou enquanto eu não estava ali, me espanto (com: "não frequento pobres, ou algo assim, totalmente desvirtuado e fora de contexto) e me surpreendo agradavelmente com a notícia abaixo de que um dos textos publicados aqui, e de minha autoria, foi recorde de comentários durante todo o tempo do programa (já tinham me dito pelo telefone, na época, mas não dei muita importância).

Retrospectiva: parentes não esquecem bhothers


30/03/2010 - 9:05 -


globo.com

Torcedor de verdade não abandona os jogadores! Durante todo o programa, o site reservou um lugar onde os brothers receberam aquele reforço especial: o Blog da Torcida. A disputa acirrada dentro da casa se refletiu diretamente nas mensagens e no Blog. Foi possível comentar à vontade sobre o jogo e, claro, sobre seus brothers preferidos.

Parentes e amigos estiveram empenhados em animar a galera, pedir votos e mostrar um pouco da vida e curiosidades de cada brother. E é claro, você se divertiu e comentou as fotos e vídeos disponíveis!

A Torcida da Anamara mostrou várias fotos da moça num slideshow e os amigos de Uilliam e da Joseane deixaram recados de apoio aos participantes. Foi através do Blog que você soube o por quê Angélica é conhecida como “Morango”. O Brasil inteiro sabia, mas a Torcida da Ana Marcela confirmou que ela é energia pura e nos contou uma curiosidade: a pernambucana tem medo de roupas e lugares apertados. Vimos também um vídeo divertido do brother Alex em festas de família, além de fotos da infância do advogado.

A família do Cadu revelou que o brother é um bebê gigante! Soubemos também que Tessália é fã da cultura oriental e que os amigos e parentes de Eliéser ainda torcem para que o romance do brother com Cláudia dê certo. A comunidade gay esteve o tempo todo ao lado de Dicesar, também conhecido como Dimmy Kieer, e a família do Sérgio postou diversas fotos do brother quando criança! Os familiares da Elenita disponibilizaram um texto em que a sister se descrevia e a mãe de Dourado publicou o texto emocionado “Do Paredón ao Paredão”, recorde de comentários. Além da volumosa torcida “Fernética”, com direito à faixas, os familiares e amigos da Fernanda mostraram várias fotos da paulista ainda bebê, brincando com a irmã.

Michel e Lia, que comemoraram seus aniversários na casa, também receberam os parabéns e o carinho dos amigos no Blog da Torcida. Os fãs do publicitário ainda ficaram sabendo que ele tem uma banda chamada “The Churros”. O paulista, que toca violão, já mostrou o seu talento até na China!

Da fama de bons companheiros, ao grito de apoio para os brothers, tudo isso e muito mais você conferiu no Blog da Torcida, espaço criado para receber a sua opinião!

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domingo, 25 de abril de 2010

Posts novos no Barrados no Éden, Cine Ipanema, Num Motel e o novo Amor Certeiro - acompanhe a e-novel - link abaixo, à direita.
Falo sempre no Brizola, no Darcy Ribeiro e no Gabeira, como exemplos de políticos honrados. Mas não posso deixar passar, nesses tempos de comemoração por Brasília, minha homenagem a Juscelino.
Tava vendo agorinha na Tv Senado (confesso: ótima programação em fins de semana, sou fã de carteirinha) que nos trágicos tempos do regime militar, faziam-no ficar de pé, dando depoimento pra qualquer burocrata fardado, durante horas, só para o humilhar. Nada justifica os horrores perpretados contra estudantes e militantes de esquerda, mas, fazer isso com um ex-presidente da República, dá a exata dimensão do desrespeito por nossa democracia, feito pelo tal regime. E falo isso para que as saudosas "viúvas" da Redentora se dêem conta.
Viva JK! Viva Brasília! Viva Minas Gerais!!! (não perca bem acima o vídeo Peixe Vivo)

sábado, 24 de abril de 2010

Nesse tempo, estou postando nos outros blogs: Barrados no Éden, Nas Quebradas da Vida, Praia de Imbé, Cine Ipanema. Links abaixo à direita. Ande por eles, vasculhe a minha alma. Deixe coments, para que eu possa saber que você esteve aqui e para fazer parte da História. Vivemos num país em que as fofocas valem mais do que os pensamentos, não entre nessa!!! A sua palavra, o seu pensamento, vai ajudar a esclarecer a cabeça de outras mulheres, outros homens. Esse momento é único e ficará para sempre. Uma das coisas que me faz escrever é que com isso teremos um registro para as futuras gerações sobre como é que nós pensávamos, sobre o quê falávamos, quais eram as nossas preocupações nesse século, assim como outros nos deixaram esse precioso legado. Você quer que só os sites de fofocas sejam lembrados? já imaginou o que é que seus descendentes vão pensar? pense nisso, e largue essa timidez!

quinta-feira, 22 de abril de 2010



Jorge sentou praça na cavalaria...
OGUNHÊ!!!!!
Salve Ogun!!! Querido!!! Obrigada!!! Te amo!!!
(ao lado, vai direto no 3o vídeo)

Salve Clube da Mafalda: Suzana, Rúcula, Paula, Malu, Maria da Graça, Bete, Marli, Ana, Monica e tantas, tantas outras! Amo vocês! E obrigada pelo apoio! Uma grande honra e prazer caminhar com vocês nesse momento da História! me mandem email, quero organizar encontros! Especial agradecimentos a Cacalo e a toda a produção do Superpop! Luciana Gimenez! pessoal da Rede Tv! Técnicos, câmeras, maquiadores, motoristas, a moça do hotel que providenciava água para o meu chimarrão... os cuscos que transitam por lá como se fosse (e é) a casa deles! À goiabeira! Àos pássaros... e até ao bicho cabeludo. Ôigale!
O vídeo bem acima é Mafalda! pra quem tá chegando agora, não deixe de conhecer (tem em quadrinhos). Mafalda, além de arte ducar*, foi uma grande peça de resistência nos terríveis anos de chumbo que varreram nossa América Latina.

Visitem o blog Bercimella - contem essa história para suas crianças - quando chegarem lá, leiam os posts de baixo para cima. É por ela (e outras obras) que estou buscando essa exposição na mídia. E um bom editor... Salve o Livro! Salve o Dia do Livro!!!!
Belomonte, ou mais uma historinha besta que pretende homenagear o Dia da Terra

Belomonte era uma rapaz lindo, todos diziam à sua volta. Mais que lindo, tinha aquele quê que fazia com que todos gostassem dele, de cara. Artista nato, tocava seu violãozinho e até que tinha uma boa voz. Tentou formar seu próprio grupo de pagode e também dedicava-se à capoeira. Estudava à noite e trabalhava num super mercado. Namorava Maria. Que sonhava em pôr peitos de silicone e não perdia novela. A mãe de Belomonte achava que ele deveria ser galã de novela e, de tanto falar, não é que um dia ele manda um vídeo caseiro pra um reality show? e é aceito! Então Belomonte saiu do anonimato para a glória. Agora, todos os jornais e revistas, rádios e tvs não falavam noutra coisa: Belomonte prá cá, Belomonte prá lá. Legiões de fãs, gente de todas as idades, que até compravam briga por ele. O país não falou outra coisa durante dois meses e meio. Mesmo não tendo ficado pras finais do programa, ele continuou na mídia. Posou para revista masculina, ganhou um bom dinheirinho, comprou uma casa a prestação e tem agora seu próprio grupo de pagode. Quanto à namorada, ah, essa dançou, também com tanta mulher dando sopa... Belomonte sabe o quanto é duro se manter na mídia, faz das tripas coração. Se conseguir emplacar um sucesso que seja, no próximo ano, vai dedicá-lo às crianças do Brasil. Lá no fundo, espera ser chamado pra alguma novela, pois quer ser visto pela ex, se arrepende do que fez, ainda mais agora que sabe que ela tá noiva de seu melhor amigo. Belomonte, que descende de índios, negros e brancos, quer ser capa de revista, quer ser amado e admirado por homens, mulheres e crianças. Sabe que seu dia chegará.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Atenção: nessa semana os posts estarão no Barrados no Éden! podem ler à vontade esse blog, mas por favor, migrem para lá. É só acessar aqui ao lado direito, mais abaixo: meus blogs. Chega de bbb, vamos falar sobre outras coisas! Barrados no Éden discute a relação, é o blog feminista.

Ao lado, uma homenagem ao grande Santo Expedito, cujo dia também foi ontem - o santo das causas impossíveis! e tô precisando!...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Porque ninguém tá falando que hoje é o Dia do Índio? é porque todo dia é?...
Minha singela homenagem ao lado. Dá-lhe indiada!
Leiam Quarup e assistam, leiam, tudo o que puderem de Darcy Ribeiro!
Só pra lembrar... esse blog não é daquele tipo que posta hoje e amanhã já era. Eu tenho a pretensão (he, he!!!) de escrever crônicas, daí que lá para baixo tá assim de coisas que quem chega aqui em cima fica sem ver. Obrigada a todas!!!
Mulheres do Brasil - principalmente as com 5. qualquer coisa: dia 22 vamos levantar a moral da mulherada. Mulher madura... - fala a guria da matéria. Puxo o microfone, metida que sou: madura quer dizer que não tá verde, querida... just like that!
Oigalê!

domingo, 18 de abril de 2010

"Chegou, sorriu, depois..."

- "Marcelo, se tu não fizer essa gurizada da Máfia Dourada se engajar em qualquer coisa pela Natureza, ou sei lá, não adianta nada essa coisa aí de força e honra, força e coragem, sei lá como é o nome desse negócio." Ele riu.
- Só mãe mesmo pra falar desse jeito. Todo mundo cheio de onda... he, he.

Filmes que eu dei pra ele, pra aliviar as tensões:
A Era do Rádio - Woody Allen
Caros Amigos - Mário Monicelli
Um Quinteto Irreverente - Mário Monicelli
2 discos da série Boston Legal
A Vingança da Pantera Cor de Rosa - Blake Edwards

cds:
The Newton Boys - para quem ñ sabe,música roots do tempo do faroeste (pesquisa) na fase em que essa música regional vai se fundindo com a música negra, saindo dali o jazz antigo,o bebop, etc.
Glenn Miller
Born to Kill
The Tango Lesson
e Sul - Kleiton e Kledir (tem Noite de São João na Gaudéria!)

fotos... tiramos, até ia mostrar pra vcs, mas... eu fiquei de olho fechado. Ninguém merece, né amiga!...

Comidas? no Quanto Mais Verde Melhor - deixarei lá as receitas, nessa semana.
E acabamos não tomando chimarrão, e sim um valoroso vinho chileno. Terra do Marcelo.
Tem post novo no A Mágica de Oz e na Bruxa Gaudéria! redirecionem... divirtam-se!
NA Mágica tem até homem pisando na lua (depois q ler o post).
ATENÇÃO: concurso aberto no blog Num Motel. Escreva qualquer história passada (ou passada pelo menos perto...) no próprio. Sujeita a avaliação para ser publicada.
É como uma jam session literária. Vou intercalar minhas histórias com a de outras pessoas. Be my guest!
Não pense em historinhas óbvias, abuse da criatividade!
E não adianta escrever nesse blog.
Dia 22: Superpop!

sábado, 17 de abril de 2010

"Virá que eu vi, tranquilo e infalível como Bruce Lee, impávido que nem Mohamed Ali..." Amanhã.
Convidando as belas aqui (de novo, sou chata)para que dêem suas opiniões lá no Barrados no Éden (ou Discutindo a Relação), no post Mulheres Perfeitas.
Praia de Imbé tem Estatuto do Turista e Free Way. Eu gostaria muito de seguir escrevendo em cada blog, e não apenas nesse, mas não estou tendo sucesso em fazer as pessoas migrarem. Poucas vão, e, como já disse, cada um aborda um tema, ou é um e-book.
Para quem é novo em blog (eu era até recentemente), um blog deve ser lido de baixo pra cima, pois os primeiros posts vão descendo. Às vezes, até, a pessoa tem que abrir o "postagens mais antigas".
No Paredón às vezes vira blog-blog, e não espaço de reflexão about bbb. E o blog-blog mesmo é o Nas Quebradas.
Vcs vão encontrar Marcelos espalhados por quase todos, pois era uma maneira de trazê-los à luz nesse tempo de visibilidade.
A Mágica de Oz, que fala em Astrologia e dá até exercícios pra gente ficar sarada, tem um material incrível para ser postado, porém, se eu seguir, quem só ler os últimos vai ficar boiando. Assim como Cine Ipanema.
No Quanto Mais Verde Melhor, por exemplo, queria até pôr receitas, interessantíssimas, coisas simples de fazer e deliciosas. Queria pôr lá as receitas que estou preparando pro cara esse que tá prá chegar.
In Blood We Trust - que é meu blog de mini contos de terror, tem uns vídeos maneiros da grande Billie Holiday...
Bercimella é meu livro infanto-juvenil-todas as idades, um dos que estou levando pra fazer virar filme lá nos Esteites.
Creio que a partir do dia 22 de novo nova leva de povo entrará.
Vão lá.
Amores, ao lado Sampa... no vídeo (se os neguinhos deixarem, claro). Completa o post da Lia. E o da Lia é obviamente uma declaração de amor a essa cidade e a esse povo!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Tava vendo o final do bbb no Multishow, e resolvi repartir com vocês, essa meia dúzia de gatas pingadas que estão aqui, valentemente, até o fim. Pessoas que são muito parecidas comigo, decerto, e com Marcelo. Pois respeitam a outra pessoa, no caso - e tenho muita honra - eu. Porque se respeitam. O espelho é vosso. Pois, queridas amigas, amanhã, já hoje, até, depois de mais de ano, eu e Marcelo vamos finalmente nos encontrar. E vou trazê-lo aqui, exatamente a esta página, para que ele também possa ver e entender melhor esse fenômeno. Ter um registro. Tipo aqueles álbuns que se faz, ou fazia, para bebês, com pedacinho de cachinhos e o primeiro sapatinho de tricô. Um registro desse fenômeno, e do seu fenômeno. Amanhã vamos conversar sobre seu mapa astral, nossas intuições, nossa história. Sei que o telefone vai ficar tocando ensandecidamente e vou me irritar. Sei que nem tudo será dito, e a gente vai ficar com aquela sensação de vazio e estranhamento. Talvez a gente possa de novo um dia se encontrar. Daqui, a gente seguirá rumo aos sonhos. Falei pra vocês sobre Sirius? Contei porque estamos aqui? Vocês, sim, mas poucos iriam acreditar... Valentino, aonde é mesmo que tu deixou a tua nave?... O Valentino, que com um ano e meio simplesmente encerrou todo o discurso que fazíamos contra a televisão. Chegou na sala, pegou o aparelho, fazendo uma baita força e jogou-o ao chão, espatifando-o. Conseguimos ressuscitá-lo e deixá-lo meio guenzo em relação à sua moldura, mas funcionando... Não demorou muito, o mesmo Valentino faz tudo de novo. Agora com sucesso total. Eu e Marcelo nos olhamos e não dissemos absolutamente nada. Ele saiu pra uma aula de judô e eu fui dar uma aula de dança.
"Mãe prepara a erva..." e da boa, claro. Orgânica. Eu até tinha posto na mala do último paredão: erva, dois quilos, chás, porque eles, os meus guris, gostam de tomar chima com alecrim, erva cidreira, e tudo o que eu inventar. Tinha posto também dois livros pra ele matar a saudade do povo gaúcho, dois do Luiz Fernando, pra ele rir: O Analista de Bagé e Traçando Porto Alegre. E um cd do Kleiton e Kledir: Sul. Pra grande festa que faríamos no Rio de Janeiro, na beira da praia em Ipanema. E como desabei no pranto por não terem me deixado ir lá na final, por terem me roubado esse momento, que nunca mais voltará. Depois de três meses de trabalho puxado, pois bbb é uma campanha eleitoral para presidente, podem crer, e eu me senti a marqueteira. Mas no dia seguinte levantei e puxei o Rio Grande, que da outra vez tinha ficado orfão, pela RBS, a Globo local.
Mal tinha dormido, dormido em cima das lágrimas, dormido de tanto chorar, sabe como é, amiga? Claro que sabe, se não tu não estarias ainda aqui, valente.
Qual fênix, pelas oito e meia, liguei para Zé Pedro, o editor chefe do Jornal do Almoço: - Ué, tu tá aqui? - disse ele.
E naquela noite havia duas festas: uma no Rio e outra aqui, no Rio Grande. De certo modo, foi bom ter ficado.
Amanhã, Marcelo sairá para mim por aquela porta que separa a ficção da realidade, quando entrar no meu portão.
Hoje fui no super. Antes, havia feito o delicioso exercício de bolar o que vou servir pra ele, que comida. Que filmes gravarei, que jazz? porque agora ele gosta de jazz. Nossa! Amanhã ele chega!...
Dia 22 - dia da Terra!!! - direcionem suas telinhas para Superpop Rede TV!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A Lia

Há horas que queria ter escrito isso, mas agora esse bate e volta em Sampa me pôs na obriga. Pois eu queria dizer que esse bbb encerrou-se mostrando regionalidades. O Marcelo é gaúcho “cuspido e escarrado”, oigalê! e a Lia é puro São Paulo. A Lia é tensa, tem um desespero pelo poder e ao mesmo tempo uma doçura. E confunde tudo, num liquidificador alucinado de alta voltagem. Nem sabe mesmo quem ela é, como o povo das vilas, das filas, favelas... Um potencial de fera ferida pronta pra dar o bote. Mas que dá apenas mais uma volta no mastro. Quase mulher, quase travesti, quase homem, quase criança, quase adulta. TPM não, é louca mesmo. Louca mansa... Sua mãe, que me ensinou a infalível simpatia pra minha fobia de avião (até que enfim, tenho uma fobia!!!!) ,me dizia, quando entrávamos às gargalhadas no hotel na volta do paredão: aqueles dois, referindo-se à dupla acima... é um pior que o outro... duas malas!
Gente simples, gente fácil, gente guerreira.
Não vejo pele, vejo fuligem. Não vejo olhar, vejo um desespero amordaçado, quase não vejo dança, vejo strip. Tudo é defesa, mas tudo é ternura. Uma carência que nunca será preenchida. Os paulistas de hoje são os gaúchos de ontem. Só que não lutam para defender nenhuma fronteira. Com a mesma garra, “apenas” pra sobreviver...
É corpão, mas lembra um manequim de vitrine ou boneca de plástico. Não por ser barbie. Porque parece que não é a dona. Porque serve a um sistema devorador que não quer nem saber.
Lia é periferia e Praça da República. Rua Augusta do lado barra pesada, sonhando com a Oscar Freire. Passa longe das lutas metalúrgicas, mas em outros tempos, por conta mais da impetuosidade do que da ideologia, aposto, teria passagem certa no Tiradentes.
Lia é porreta. É forró e rock’n’rol. Quando não entende uma coisa ou é flagrada numa bobagem, faz cara de criança. De criança que já passou fome. De brasileira mesmo, que não perde a esperança.
Se Marcelo foi o protagonista, Lia, com sua truculência de aço, empurrou o bbb, foi locomotiva. Não tem tempo pra ficar bonita, mas exala beleza. A beleza da fera. Lia-fera. Lia-São Paulo.
Lia, te amo!
Espelho, espelho meu...

Não porque estudo - e pratico - psicologia junguiana há séculos, não só. Também porque leio: Shakespeare, Kafka, Veríssimo(s), Clarice, ah, tanta gente!... A gente vai aprendendo, vai afinal sacando... E coisas que te remetem ao macro humano, tipo assim o bbb, sem falar no retorno de Saturno... rs, te dão uma lucidez fulminante. São Paulo também é outra coisa que sempre me sacode, me acorda. Pro bem e pro mal. São Paulo das grandes TVs e São Paulo da Tutóia... sem contar o avião. Já faz um tempo, alguns meses, que não tenho pouso. Olho a minha casa como turista e levo o chimarrão pros hotéis. Troco tudo, viro do avesso, encaro o outro como se fosse eu e me perco. E me acho. Até o ponto em que percebo apenas a essência.
Cada um faz a leitura da vida e dos outros conforme é. Se o cara quer apenas tirar vantagem, vê todos como sacanas. Se é cheio de boas intenções, desse tipo que quer salvar o planeta, te abraça e entra na tua, no teu projeto, dá força, vamo lá!
Se o cara é um caretão não tem jeito, porque ele quer que todo mundo seja medíocre, mesquinho, tapado, burro. Nem sei se ainda tenho pena, cansei de gastar a mínima energia com gente assim. Prefiro ocupar meu tempo levando avante os projetos para salvar os animais que a gente ainda puder, uma árvore, ou dançar.
Artista é que nem beija-flor. Ou índio. Se prender, escravizar, encher muito o saco com pesos materiais, ele simplesmente morre...
Mas lá no fundo fica alguma coisa cutucando, pois esse idiota Mr.Anônimo, que daqui pra frente vou chamar de Mr.Caps Lock, que insiste em deixar toda a sua bílis nesses blogs, não passa de um pobre coitado, alguém que tem uma auto-estima tão pobre, tão baixa, que não consegue ver nada melhor, vê todos como iguais. Dá vontade de fazer algo. Se fosse meu paciente, se ele topasse fazer análise, talvez eu conseguisse reverter sua triste sina de pobre coitado.
É tão sozinho, é tão covarde, como aquelas putas (covardes jamais) que eu fiquei olhando lá de cima da janela do meu quarto de hotel, naquela ruazinha deserta. E que me lembraram personagens do grande e querido amigo, paulista, Plínio Marcos.
E não adianta que eu não vou me deixar contaminar. Aliás, você sabia que o real significado de "dar a outra face" é exatamente este? não deixar que te transformes naquilo que teu inimigo armou pra ti? na forma como ele te vê?
O Leão do Deserto é um filme que conta a história de um comandante árabe que nas horas vagas, digo nas horas de não-guerra, se transformava em professor e poeta de seu povo, dando aulas para crianças. Anthony Quinn, claro.
Tem uma cena na qual um ajudante desse líder lhe pergunta: mas mestre, depois do que esses caras fizeram com nossas mulheres e crianças (eram os soldados de Mussolini, e fizeram barbaridades), você simplesmente vai soltá-los no deserto? não deveríamos dar-lhes castigos semelhantes?
E ele diz: se fizermos isso teremos perdido essa guerra.
É... sinto Mr.Caps Lock, mas eu também não vou me transformar em você.

domingo, 11 de abril de 2010

Bem acima, era pra estar cenas do filme Pranzo di Ferragosto (Almoço em Agosto), que acabei de assistir (era, porque o vídeo dos neguinhos ataca again). O filho que cuida da mãe velhinha acaba cuidando de mais tres garotas de 90 mais ou menos. O desempenho atoral das quatro é daqueles que a gente chega a esquecer que é filme. Não percam!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

"Mas como a cor não pega, mulata..."

Como diria Abracurcix... profundo cansaço mental... lendo as barbaridades que publicaram na rede a meu respeito. Ainda bem que tirei umas férias e fui comer goiaba no pé, brincar com os gatos de rua que moram na minha casa da praia e com o mar e me deleitar com Érico, Machado, Caio, Virginia e tantos outros que amo embaixo de uma enorme árvore que minha mãe plantou e não teve a felicidade de conhecer.

Mas claro que estou feliz com nossa vitória.

No entanto, fica um misto de dó com desalento e a velha sensação de que esse país não tem jeito... Afinal,a que atribuir tanta "ingenuidade" a um povo que acredita no que sites de fofocas falam. Que não sabe que nas edições vale tudo: cortar, misturar, inventar.
Eu e a mãe do Dicésar... vê se tem cabimento...
Quando a jornalista marrom veio me entrevistar, meio que me surpreendi, senti o cheiro da vontade de enlamear no ar. A gente saca logo quando eles vêm na boa ou cheios de más intenções.
Mas de cara - sou do tipo que perco o namorado (etc) mas não perco a piada - logo falei: pô, então essa senhora deveria tentar marcar uma hora de análise com o Analista de Bagé. E ri lembrando o que não acharia então de Machado de Assis...o bruxo do Cosme Velho.
E isso não foi escrito. Tampouco foi escrito os agradecimentos que fiz à referida senhora pela divulgação do livro. Mas acredito que essa seja uma prerrogativa da minha editora.

Outra coisa que lamento é como esse país tá ficando facista. A censura do "politicamente correto", leia-se pessoas medíocres tentando calar a boca do que resta de verdadeiro, puro e autêntico, é mil vezes pior do que a censura da época da ditadura, se é que isso é possível.

Sim, pois, se existisse hoje, todo o PASQUIM estaria censurado por esses fariseus(de quinta). Sem contar as marchinhas de carnaval, como a acima. Quer dizer, a coisa mais legal que temos como povo, a nossa velha IRREVERÊNCIA - cuja definição, pra mim, é a mistura perfeita de rebeldia com humor - parece que tá indo pras cucuias...

Bossais, ingênuos, gente com severíssimas más intenções?... imagino essa gente que acredita em tudo o que está publicado... votando... e não sei se rio ou choro.

Povinho fácil de levar... de manipular. Falam da plim plim... mas não são capazes de pelo menos de vez em quando pôr na Cultura, ou ler um livro, ou sei lá, olhar pro céu e ver passarinhos, pronto.

Nem esse blog foi lido como originalmente planejado. As pessoas vieram aqui e com raríssimas exceções descarregaram louvores e iras, e poucas, pouquíssimas, falaram nas minhas crônicas. A maioria nem foi lida, quedaram-se semi-mortas ao pé da página...

E muito menos foram ler o que andei escrevendo nos outros blogs. Aliás, a única razão de ter entrado nessa dança.

Porque acho o bbb um puta jogo. Um jogão! Incrível, magnífico, que dá de dez no futebol. Mistura de circo máximo com o que há de mais moderno em tecnologias eletrônicas.
E sei que o Marcelo surpreendeu, mostrou algo muito NOVO e BOM pro Brasil. Ou ANTIGO e ETERNO, não sei bem. De qualquer modo, foi um soco. Seco, direto. Pura essência. Valeu até pra mim. Marcelo me renova a disposição pra tudo. Pra viver, para a luta.

Mas não como mãe, como pessoa. Também confesso que me sinto bastante desconfortável nesse "papel de mãe" que me inventaram. Pois passaram por cima de mim, da minha história, da minha atitude punk, roqueira, fã dos escrotinhos, nem um pouco chegada a conservadorismos, aliás, nem a gauchismos, já que não consigo ver todos os gaúchos como bons e todos os paulistas, cariocas ou sei lá quem como maus. Da onde?...

Sem contar os "quatro filhos" que me atribuíram... tsk, tsk, tsk e todas as vezes que me chamaram do abominável senhora ou dona (me estraga o dia... artistas se sentem humilhados com esse tratamento... rs).

E agora,será que que as pessoas vão pegar seu rico e precioso tempo e vão voltar pros livros? pros filmes? pro próximo? alô povo de NITERÓI!!!!! SOLIDARIEDADE, abraços, muito AMOR!
Vamos defender a NATUREZA, que tá prá lá de ameaçada?
Alguém vem comigo nessa luta? Ou querem ficar aí torcendo de novo, agora pro Inter, pro Flamengo, pra Seleção?...
Quando vivi no Chile vi um povo que curtia futebol, por exemplo (nada contra o ópio do povo... he, he, he)(até porque ainda tem as novelas),mas que discutia o pas-de-deux de Giselle, com a mesma graça e sabedoria. E a política do Oriente Médio. E que sabia mais da política brasileira do que os próprios brasileiros.

E sim, posso posar pra Playboy. Porque INDECENTE não é o corpo das pessoas, esse é belo (não tô falando em causa própria... rs), INDECENTE é a DEVASTAÇÃO DA AMAZÔNIA, como nossos oceanos estão sendo tratados, a quantidade de carros, os rodeios, a pedofilia... e tantas mazelas, não é mesmo?

Fantasio algo como num bote do Sea Shepherd jogando gordura num baleeiro em alto mar, de repente abrindo aquela capa que os caras usam...Shazam!!!!! ôps...
Ou numa jaula com um gorila, feio é lhe tirarem a liberdade.
Quem sabe sentada nuns troncos de mogno que foram extraídos clandestinamente... com o pessoal do Greenpeace.

Enfim, voltei.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Para quem ainda não se convenceu de que vivemos num regime democrático

"Eu discordo do que você diz, mas defenderei até a morte o seu desejo de defendê-lo." Voltaire
Queridos visitantes

Quando criei este blog, o fiz pensando puramente numa possibilidade de reflexão literária, digamos, crônicas de um momento em que a mídia conduz nossas vidas. Um tempo de extrema criatividade tecnológica, nem sempre acompanhada por "contiúdo". O bbb pode ser sim o ponto de partida para crônicas, histórias, assim como o futebol costuma ser. Agradeço imensamente a oportunidade que estou tendo de poder mostrar meu trabalho, embora sinta a contradição na pele, pois embora querendo questionar mídia, momento, história, etc, acabo não atingindo os leitores que desejaria já que sou vista como a "mãe" bbb. E AGRADEÇO IMENSAMENTE as manifestações de apreço, a torcida, etc. Fico orgulhosa não só do Marcelo, mas juro, de todos vocês, de conhecer gente tão especial. Fiquei nesse janeiro e estou entrando fevereiro nesse forno que está Porto Alegre para poder aproveitar o ensejo e quem sabe fazer as pessoas me lerem, já que, vocês não acreditam, mas fazer arte no patropi é punk. Portanto, convido a todos que sigam lendo o que tenho escrito. Leiam por exemplo as histórias do Cine Ipanema, na Era pré-televisão, pré plim plim... Conheçam os Porto Alegre, antepassados do Marcelo. Povo do Partenon Literário, guerreiros e artistas. Me acompanhem no Barrados no Éden, lá tem Mulheres Perfeitas, algo que quero debater. No Nas Quebradas tem BRIC. Num Motel tem Top Model, que já é roteiro. Quem gosta de contos (mini) de terror, tem o blog In Blood We Trust. Ecologia? Praia de Imbé. Dança? Dance como Isadora. E Astrologia: A Mágica de Oz. Mais Astrologia e bbb, tuto xunto e reunido? Big Mother. E a Guadéria, claro, humor prá gauchada feliz! Vou ali e já volto. Um pouco de banho de mar (pelo amor de deus, que ninguém é de ferro!)entre um paredão e outro. Enquanto isso, me leiam, leiam meus blogs, cada um é uma obra. São e-books, já que edição mesmo por enquanto só a Gaudéria.
Beijocas!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

    
     Confesso que pra dois caras da antiga esquerda (e gaúchos), saber que o filho vai entrar no BBB é no mínimo bizarro. À primeira vista, quase desconfortável. Dá uma sensação de que a vida de fato tá de gozação pra cima de ti.


     Porém, no momento em que, da primeira vez, ele entrou na casa, dizendo: “Alô Menino Deus!” – nosso glorioso e mágico bairro, que já inspirou até o Caetano (ôps!) quando andava por aqui - arrepiei, ó!...

     Depois, com suas considerações sobre o mundo e pauladas e mais pauladas no Bush, achei que tava de bom tamanho. Ele, afinal, estava sabendo usar o espaço que tinha.
     Do carinho das pessoas, então, nem se fala!

     E como tudo no Brasil acaba sempre virando uma grande festa, s’imbora!
     Até deu pra pegar uma caroninha e dar uma força pra Causa Animal (menos do que eu gostaria, por conta das edições).

     Foi divertido, e pensando bem, não arranhou nenhuma imagem.
     Muito pelo contrário. Amigos, ex-companheiros, gente que eu jamais imaginaria que visse o programa, vinham nos dar os parabéns.

     No derradeiro almoço, algumas horas antes de se saber que ele de fato iria entrar na casa, perguntado por alguém da produção sobre o que achava das suas inúmeras tatuagens, piercings, corte de cabelo e demais aparatos do layout, o pai não titubeou: foi pra isso que lutei!...

     O muro cai, às gargalhadas.

     E não é que o guri volta pro BBB?

     Surgindo na casa daquele seu jeito, às vezes brincalhão, às vezes quieto. O jeito gaúcho. De quem não vai com toda essa sede ao pote, de quem não se afoba pra encher a meia ou a cueca com o alheio.

     De quem não faz carinha boazinha na frente, e trai por trás.

     E os mui amadores, querendo se aproveitar, vestiram-no de mau, de arrogante, de marrento, e até de coisas piores, pesadas...

     E aí o povo viu.

     Viu a menina vasculhar o corpo do herói em busca de marcas, sinais, signos de intolerância. E nem acredito que alguma associação digna desse nome tenha de fato se prestado a entrar nessa fria ridícula. Pelo Oriente inteiro abundam templos e imagens com o tal sinal. E a cruz da Klu Klux? Não vai mais ser usada pelos católicos só porque uns desvairados se apropriaram do símbolo?

     Não, não foi por bobagens como essa que lutamos.

     Tampouco lutamos para que grupos, que lutam pelo próprio reconhecimento (e eu sempre lutei ao lado desses companheiros), tenham o direito de discriminar e jogar na lama pessoas que simplesmente não são seus iguais. Sem emitir nenhum juízo de valor.

     Se teve uma coisa que aprendi, dos anos de chumbo até agora, foi que só o humor salva. Marcelo não é só nosso filho, é fruto do Pasquim, do Henfil, do Quino, do Goscinni e do Uderzo. Irreverente até o último fio do moicano, com um coração apaixonado e pronto pra ajudar qualquer amigo. Implicante, sim. No imaginário popular será lembrado como um tipo de Vadinho ou Capitão Rodrigo. Jamais um Custer ou um Capitão Nascimento. É o tipo do herói que descontrói a própria imagem a seu bel prazer. E isso incomoda.

     Por via das dúvidas, as barbies boazinhas e os kens são mais confiáveis... ou pelo menos previsíveis.

     Marcelo sabe brincar de andar na corda bamba, e talvez nem ele mesmo saiba disso. Quando tinha lá os seus onze anos, certa vez, em plena macrobiótica – na qual era expressamente proibido beber qualquer mísera gota de água –, e estávamos no forte verão de Porto Alegre, com as pessoas comendo e sonhando com copos e mais copos dágua, o capetíssimo puxa a trava da (recém lançada) latinha de coca-cola: thsssssssss!

     Ontem, tendo que ir ao Mercado Público, dei de cara com o começo da grande caminhada do Fórum Social Mundial. Juro que deu uma vontade de gritar, em meio a todas aquelas palavras de ordem e vociferações contra o poder do capitalismo, e obviamente da Globo, que se ouvia pelos mil alto-falantes: Aí, torcida do Dourado!

     Mas segurei. Já imaginou se o povo aplaude?...

domingo, 31 de janeiro de 2010

And The Winner pela Samambaia Sem Noção da semana vai para...

                   Uilliam! (com voz de bebê chorão): "Pô, como o Dourado é o mais esquisito... é ele que tem que sair."
       
  Uma singela homenagem às samambaias do bbb

   "Queixa-se dessa maneira", tornou-me, "quem viveu com indiferença a vida, sem ter nunca merecido nem louvor nem censura ignominiosa. Faz-lhes companhia um grupo de anjos mesquinhos, que a Deus não manifestaram nem fidelidade, nem rebeldia, pensando apenas em si mesmos. Foram, com desdouro (sorry!), expulsos do céu; nem o inferno profundo os acolhera, pois os anjos rebeldes se jactariam de lhes serem superiores em algo."
                      A Divina Comédia, de Dante  
   "Dois passageiros num compartimento de trem. Não sabemos nada sobre eles, nem sua origem e nem seu destino. Instalaram-se com o conforto possível e tomaram conta de todas as mesinhas, cabides e bagageiros. Jornais e malas e sacolas se espalham pelos assentos vazios. A porta do compartimento se abre e entram dois novos viajantes. Sua chegada não é benvinda. Uma distinta relutância em se lavantar, limpar os assentos desocupados e abrir espaço para os recém chegados é evidente. Embora não se conheçam, os passageiros originais comportam-se com um notável grau de solidariedade. Apresentam uma frente unida contra os recém chegados. O compartimento transformou-se em território deles, e encaram como intruso qualquer um que chegue. Sua consciência é a dos nativos que reivindicam todo o espaço para si. Esta visão não tem justificativa racional. Ao que tudo indica, possui raízes mais profundas."
                                            Do livro "Guerra Civil" de Hans M.Enzensberger/

    E essa foi a entrada do Marcelo no BBB.

sábado, 30 de janeiro de 2010

      

       Confesso que pra dois caras da antiga esquerda (e gaúchos), saber que o filho vai entrar no BBB é no mínimo bizarro. À primeira vista, quase desconfortável. Dá uma sensação de que a vida de fato tá de gozação pra cima de ti.

       Porém, no momento em que, da primeira vez, ele entrou na casa, dizendo: “Alô Menino Deus!” – nosso glorioso e mágico bairro, que já inspirou até o Caetano (ôps!) quando andava por aqui - arrepiei, ó!...     
       Depois, com suas considerações sobre o mundo e pauladas e mais pauladas no Bush, achei que tava de bom tamanho. Ele, afinal, estava sabendo usar o espaço que tinha.
       Do carinho das pessoas, então, nem se fala! 
       E como tudo no Brasil acaba sempre virando uma grande festa, s’imbora!
       Até deu pra pegar uma caroninha e dar uma força pra Causa Animal (menos do que eu gostaria, por conta das edições).
       Foi divertido, e pensando bem, não arranhou nenhuma imagem.

       Muito pelo contrário. Amigos, ex-companheiros, gente que eu jamais imaginaria que visse o programa, vinham nos dar os parabéns.
       No derradeiro almoço, algumas horas antes de se saber que ele de fato iria entrar na casa, perguntado por alguém da produção sobre o que achava das suas inúmeras tatuagens, piercings, corte de cabelo e demais aparatos do layout, o pai não titubeou: foi pra isso que lutei!...

       O muro cai, às gargalhadas.

       E não é que o guri volta pro BBB?

       Surgindo na casa daquele seu jeito, às vezes brincalhão, às vezes quieto. O jeito gaúcho. De quem não vai com toda essa sede ao pote, de quem não se afoba pra encher a meia ou a cueca com o alheio.
       De quem não faz carinha boazinha na frente, e trai por trás.

       E os mui amadores, querendo se aproveitar, vestiram-no de mau, de arrogante, de marrento, e até de coisas piores, pesadas...

       E aí o povo viu.
       Viu a menina vasculhar o corpo do herói em busca de marcas, sinais, signos de intolerância. E nem acredito que alguma associação digna desse nome tenha de fato se prestado a entrar nessa fria ridícula. Pelo Oriente inteiro abundam templos e imagens com o tal sinal. E a cruz da Klu Klux? Não vai mais ser usada pelos católicos só porque uns desvairados se apropriaram do símbolo?

       Não, não foi por bobagens como essa que lutamos.

       Tampouco lutamos para que grupos, que lutam pelo próprio reconhecimento (e eu sempre lutei ao lado desses companheiros), tenham o direito de discriminar e jogar na lama pessoas que simplesmente não são seus iguais. Sem emitir nenhum juízo de valor.

       Se teve uma coisa que aprendi, dos anos de chumbo até agora, foi que só o humor salva. Marcelo não é só nosso filho, é fruto do Pasquim, do Henfil, do Quino, do Goscinni e do Uderzo. Irreverente até o último fio do moicano, com um coração apaixonado e pronto pra ajudar qualquer amigo. Implicante, sim. No imaginário popular será lembrado como um tipo de Vadinho ou Capitão Rodrigo. Jamais um Custer ou um Capitão Nascimento. É o tipo do herói que descontrói a própria imagem a seu bel prazer. E isso incomoda.

       Por via das dúvidas, as barbies boazinhas e os kens são mais confiáveis... ou pelo menos previsíveis.

       Marcelo sabe brincar de andar na corda bamba, e talvez nem ele mesmo saiba disso. Quando tinha lá os seus onze anos, certa vez, em plena macrobiótica – na qual era expressamente proibido beber qualquer mísera gota de água –, e estávamos no forte verão de Porto Alegre, com as pessoas comendo e sonhando com copos e mais copos dágua, o capetíssimo puxa a trava da (recém lançada) latinha de coca-cola: thsssssssss!

       Ontem, tendo que ir ao Mercado Público, dei de cara com o começo da grande caminhada do Fórum Social Mundial. Juro que deu uma vontade de gritar, em meio a todas aquelas palavras de ordem e vociferações contra o poder do capitalismo, e obviamente da Globo, que se ouvia pelos mil alto-falantes: Aí, torcida do Dourado!

       Mas segurei. Já imaginou se o povo aplaude?...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

    Eles passarão... eu passarinho

         Mario Quintana


     Dois jovens que não aceitavam que a luz da democracia se apagasse, que sonhavam com um Brasil fraterno, saídos do sufoco dos porões do regime, buscaram abrigo no Chile de Allende. Semanas depois de sua chegada, aconteceu um terremoto. E, se a vida era tão frágil, o amor era imenso. E foi nesse contexto que trouxeram ao mundo o Marcelo. Longe da família, e num inverno atroz – há quase cinquenta anos não nevava em Santiago – foram criando o guri. Rose era bailarina, fazia Pedagogia em Dança e Marco estudava Arquitetura. Achavam que poderiam ser uma família feliz. Mas, outra vez, o gás lacrimogênio e os tanques de guerra invadiram as ruas, quase já não havia mais alimentos. Marco não podia voltar, e Rose então retornou, tinham que salvar seu bebê.

     A casa em que Rose e Marcelo foram morar, seguidamente era vigiada. Rose fazia o possível para que Marcelo visse apenas o mágico mundo da infância ao seu redor. Alguns anos depois, Marco voltou. Entretanto, já era tarde para o seu amor. Nunca, porém, para o amor que cada um sentia por Marcelo. Que acabou sobrevivendo para ver as Diretas. Que tem, com a sua geração, o grande desafio de fazer com que a Natureza seja preservada.

    Que acabou – para total surpresa de seus pais – entrando no BBB. E entrando de novo, para surpresa de todo mundo.

     Marcelo capeta, Marcelo que nos faz rir, Marcelo professor, Marcelo guerreiro, Marcelo gentil, Marcelo que às vezes nos tira do sério, Marcelo que sempre faz a gente ficar com vontade de malhar e se cuidar, Marcelo irreverente, Marcelo das crianças, Marcelo das tias, Marcelo gato, Marcelo que se reinventa, Marcelo que ri, Marcelo taurino, Marcelo Vadinho, tão sem jeito... Marcelo.


Aos Nossos Filhos (ouçam a Elis, ao lado. Só para os fortes)
Composição: Ivan Lins/Vitor Martins

Perdoem a cara amarrada,
Perdoem a falta de abraço,
Perdoem a falta de espaço,
Os dias eram assim...

Perdoem por tantos perigos,
Perdoem a falta de abrigo,
Perdoem a falta de amigos,
Os dias eram assim...

Perdoem a falta de folhas,
Perdoem a falta de ar
Perdoem a falta de escolha,
Os dias eram assim...

E quando passarem a limpo,
E quando cortarem os laços,
E quando soltarem os cintos,
Façam a festa por mim...

E quando lavarem a mágoa,
E quando lavarem a alma
E quando lavarem a água,
Lavem os olhos por mim...

Quando brotarem as flores,
Quando crescerem as matas,
Quando colherem os frutos,
Digam o gosto pra mim...
Digam o gosto pra mim...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

PODER SUPREMO ! VOTE JÁÁÁÁÁ!!!!!!!! MIL VEZES!!!
Engaiolados

  Aí, gente boa - entre uma espiadinha e outra, dêem uma força para os animais. Na TV MAIS - vai pela rede ou liga da tua cidade - tem propagandas e mais propagandas para venda de papagaios e araras. Falei com o pessoal do Ibama, e pasmem! a venda de animais, desde que nascidos em cativeiro, é permitida. Não sei se você já se imaginou vivendo numa gaiola (a propósito...). Imagine um animal de grande porte, tecnicamente selvagem, obrigado a esse horror. Liguem pro Ibama lamentando a lei e pra tal TV Mais lembrando como estão na contra mão da História, que desse jeito vc retirará sua preciosa audiência. Vamu lá!!!
      O BBB é uma espécie de Circo Máximo, no qual o Imperador Boninho levanta o polegar e pergunta para o povo se o lutador(a)/ jogador(a) sai ou fica (felizmente vivo). Porém um Circo Máximo cheio de intrigas e sutilezas, mais parecendo uma boa novela da própria Globo. O lutador/jogador, nesse caso, além de ter que estar em forma, leia-se sarado, deve usar lógica, raciocínio, saber atuar, não ter vergonha de pagar micos homéricos, usar e abusar da própria sensualidade, de preferência, mesmo que finja não ter nada a ver com isso e que tudo o que deseja é voltar (num carro de bombeiros) para os braços do amor que deixou lá fora.


      Um Bangu... 10, digamos, que tem espaços enormes e bem decorados e que, em vez do cara querer sair, vende a alma para ficar.

      BBB é um jogo. Um jogo tão legal, denso, psicológico, muito diferente daquele tipo de jogo a que estamos acostumados, o futebol.

      E que não deveria nem ser tratado como coisa do demo pelos que se julgam além do Bem e do Mal, nem como guerra histérica de torcidas, às vezes lembrando a daquelas outras, do tal futebol.

      Numa época em que realidade e ficção se fundem, gerando novas formas e avatares, a TV ocupa o espaço sagrado das casas e, como deidade eletrônica, guia e ensina, determina. A gente devolve, mandando pessoas, reais ou personas, para lá, como jovens em sacrifício ao Minotauro.

      Como em tudo, há sempre uma leitura e uma subleitura. Cada qual, com o seu feedback cultural, faz a sua.


      De qualquer modo, os patrocinadores - os grandes vencedores - agradecem.

         
Fofuras que uma mãe sonha em ouvir...

Dicesar tira Dourado da cama: 'Acende o forno pra mim?'
Roubando a cena: Não sei vocês, mas eu, quando crescer, quero ser cão-farejador.
Meus heróis, agora e sempre!
Marcelo mandando ver com as "moça" na quadrilha! (a foto é do tempo pré-digital /era uma kodakizinha bagaceira, movida a carvão, ganhada num sorteio)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

  Acredito que todos somos links. O que eu sei passo, aprendo sempre. BBB pode ser cultura, se tratado como tal. O futebol deu origem a inúmeras crônicas, histórias. A intenção aqui é levantar certas reflexões sobre televisão, momento histórico, etc. Agradeço manifestações de entusiasmo, mas prefiro que vcs leiam o que escrevi e conversem sobre isso. E, só prá lembrar, o meu nome é Rose Porto Alegre. Sou artista, escritora, bailarina. Nada de dona, portanto. Bem vindos.
Confesso que pra dois caras da antiga esquerda (e gaúchos), saber que o filho vai entrar no BBB é no mínimo bizarro. À primeira vista, quase desconfortável. Dá uma sensação de que a vida de fato tá de gozação pra cima de ti.

Porém, no momento em que, da primeira vez, ele entrou na casa, dizendo: “Alô Menino Deus!” – nosso glorioso e mágico bairro, que já inspirou até o Caetano (ôps!) quando andava por aqui - arrepiei, ó!... Depois, com suas considerações sobre o mundo e pauladas e mais pauladas no Bush, achei que tava de bom tamanho. Ele, afinal, estava sabendo usar o espaço que tinha.
Do carinho das pessoas, então, nem se fala!
E como tudo no Brasil acaba sempre virando uma grande festa, s’imbora!
Até deu pra pegar uma caroninha e dar uma força pra Causa Animal (menos do que eu gostaria, por conta das edições).

Foi divertido, e pensando bem, não arranhou nenhuma imagem.
Muito pelo contrário. Amigos, ex-companheiros, gente que eu jamais imaginaria que visse o programa, vinham nos dar os parabéns.

No derradeiro almoço, algumas horas antes de se saber que ele de fato iria entrar na casa, perguntado por alguém da produção sobre o que achava das suas inúmeras tatuagens, piercings, corte de cabelo e demais aparatos do layout, o pai não titubeou: foi pra isso que lutei!...

O muro cai, às gargalhadas.

E não é que o guri volta pro BBB?

Surgindo na casa daquele seu jeito, às vezes brincalhão, às vezes quieto. O jeito gaúcho. De quem não vai com toda essa sede ao pote, de quem não se afoba pra encher a meia ou a cueca com o alheio.
De quem não faz carinha boazinha na frente, e trai por trás.
E os mui amadores, querendo se aproveitar, vestiram-no de mau, de arrogante, de marrento, e até de coisas piores, pesadas...

E aí o povo viu.
Viu a menina vasculhar o corpo do herói em busca de marcas, sinais, signos de intolerância. E nem acredito que alguma associação digna desse nome tenha de fato se prestado a entrar nessa fria ridícula. Pelo Oriente inteiro abundam templos e imagens com o tal sinal. E a cruz da Klu Klux? Não vai mais ser usada pelos católicos só porque uns desvairados se apropriaram do símbolo?

Não, não foi por bobagens como essa que lutamos.

Tampouco lutamos para que grupos, que lutam pelo próprio reconhecimento (e eu sempre lutei ao lado desses companheiros), tenham o direito de discriminar e jogar na lama pessoas que simplesmente não são seus iguais. Sem emitir nenhum juízo de valor.

Se teve uma coisa que aprendi, dos anos de chumbo até agora, foi que só o humor salva. Marcelo não é só nosso filho, é fruto do Pasquim, do Henfil, do Quino, do Goscinni e do Uderzo. Irreverente até o último fio do moicano, com um coração apaixonado e pronto pra ajudar qualquer amigo. Implicante, sim. No imaginário popular será lembrado como um tipo de Vadinho ou Capitão Rodrigo. Jamais um Custer ou um Capitão Nascimento. É o tipo do herói que descontrói a própria imagem a seu bel prazer. E isso incomoda.

Por via das dúvidas, as barbies boazinhas e os kens são mais confiáveis... ou pelo menos previsíveis.

Marcelo sabe brincar de andar na corda bamba, e talvez nem ele mesmo saiba disso. Quando tinha lá os seus onze anos, certa vez, em plena macrobiótica – na qual era expressamente proibido beber qualquer mísera gota de água –, e estávamos no forte verão de Porto Alegre, com as pessoas comendo e sonhando com copos e mais copos dágua, o capetíssimo puxa a trava da (recém lançada) latinha de coca-cola: thsssssssss!

Ontem, tendo que ir ao Mercado Público, dei de cara com o começo da grande caminhada do Fórum Social Mundial. Juro que deu uma vontade de gritar, em meio a todas aquelas palavras de ordem e vociferações contra o poder do capitalismo, e obviamente da Globo, que se ouvia pelos mil alto-falantes: Aí, torcida do Dourado!

Mas segurei. Já imaginou se o povo aplaude?...